terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Experiências Emocionais

Todos os indivíduos têm a necessidade de falar e reflectir sobre as suas experiências emocionais, que tal como refere Derks, Fischer & Bos (2008) este fenómeno é definido como partilha social.
Sabe-se que “emoção” é um conceito multidimensional, que é conhecido por ter quatro componentes básicos: (a) subjectivo, que se refere à experiência fenomenológica; (b) biológico, que se refere à excitação do corpo; (c) intencional, que se refere ao estado motivacional para a acção; e o (d) social, que se refere aos aspectos comunicativos (Reeve, 2005). É importante então começar por fazer uma abordagem sobre as experiências emocionais de acordo com a perspectiva social.
Segundo uma perspectiva social, as emoções são percebidas como um fenómeno social (Strongman, 2004). São espontâneas, auto-induzidas ou reproduzem externamente sentimentos, como exemplos podemos encontrar a lealdade, alegria, orgulho, amor, entusiasmo, simpatia, medo, raiva, tristeza, ciúme, vergonha, nojo ou ódio, possuindo cada uma destas, expressões simbólicas próprias, como seja na voz, gestos, palavras e tons (Kaszniak, 2001; Stongman, 2004). Sendo que as teorias de avaliação vêem as emoções como reacções de curto tempo a eventos internos ou externos que são avaliados por exemplo, de acordo com o grau de prazer, orientação de objectivo, habilidade para enfrentar, justiça, etc. (e.g., Scherer, 1986; Frijda, 1986) (Kaszniak, 2010).
Sempre que interagimos com outra pessoa experimentamos e expressamos emoções, sendo este aspecto muito importante para a forte regulação de relações; ocorrendo sempre uma simultânea avaliação das expressões emocionais da outra pessoa (Kaszniak, 2001; Strongman, 2004), que tal como Strongman (2004) refere “…este é um processo complexo, subtil e frequentemente inconsciente que dá à interacção social alguma da sua profundidade”.
Kaszniak (2001) e Rimé, Herbette e Corsini (2004 cit. in Figueiras & Marcelino, 2008) referem que é o contexto social que dá indicações em relação às emoções que devem ser expressas, por quem devem ser expressas e em que situações, afirmando desta forma que as emoções são reguladas socialmente e por normas culturais que nos fazem controlar ou até mesmo suprimir certas emoções por causa de consequências negativas que poderiam advir da sua expressão. Tal como Harré e Parrot (1996 cit. in Kaszniak, 2001) afirmaram, as emoções fazem parte de padrões de comportamentos, estando a sua expressão subjacente a regras e convenções; elas estão incluídas culturalmente em ordens morais específicas e sistemas normativos que permitem a avaliação da exactidão e a inconveniência das emoções, expressando assim os valores da sociedade. Esta afirmação remete-nos para a relatividade cultural das emoções, isto é as emoções que estão subjacentes a estas condições podem variar de cultura para cultura (Kaszniak, 2001). Kaszniak (2001) refere que as funções interpessoais das emoções estão relacionadas com a comunicação e com a manutenção das redes sociais, tendo um papel preponderante na definição e elaboração de relações sociais (Derks et al., 2008; Rimé et al., 1991 cit. in Kaszniak, 2001).
É a partir desta ideia, de que as emoções têm uma função sobretudo comunicativa que me proponho a analisar se existem ou não diferenças quanto à expressão das mesmas em dois contextos diferentes. Importa assim distinguir estes dois. O contexto em que a comunicação é realizada Face a Face, caracteriza-se por haver uma presença física daqueles que estabelecem uma comunicação; e o contexto em que a comunicação é Mediada por Computador, caracteriza-se por uma comunicação em que, tal como o nome nos sugere, é o computador que possibilita que ocorra comunicação, com ausência uma presença física entre os sujeitos que comunicam.



Fontes:
Derks, D.; Fischer, A.; & Bos, A.; (2008) The role of emotion in computer-mediated communication: A review; Computers in Human Behavior 24: 766–785;

Figueiras, M.; & Marcelino, D.; (2008) Escrita terapêutica em contexto de saúde: Uma breve revisão; Análise Psicológica, 2 (XXVI): 327-334;

Kaszniak; Emotions, Qualia, and Consciousness, Singapore: World Scientific Publishing, 2001;

Reeve, J. (2005). Understanding motivation and emotion,4th edn. Hoboken, NJ:Wiley

Strongman, K.; (2004) A psicologia da emoção, CLIMEPSI EDITORES, Lisboa




A partir daqui será importante pensarmos se existem diferenças quanto às nossas experiências emocionais, no que diz respeito ao contexto em que comunicamos. E se as experiências emocionais se verificam em todos os contextos ou não.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Importância dos contextos na expressão das emoções

Será importante considerar o contexto onde se dá uma comunicação quando se pretende avaliar as experiências emocionais na mesma?
Considero que seja de extrema importância, uma vez que quando falamos de comunicação mediada por computador e comunicação face a face existem claras diferenças na forma como esta se processa, como tal será importante importante termos em conta as diferenças contextuais.
Uma vez afirmado que existem diferenças entre estes dois contextos, que diferenças são essas?


Quando se compara a forma como as emoções são comunicadas na Comunicação Mediada por Computador e Face a Face, é importante considerar as diferenças contextuais nestes dois modos de comunicação. A característica mais importante que distingue estes dois contextos e que é relevante para o estudo do papel das emoções é a sua diferença na presença social (Short, Williams, & Christie, 1976 cit. in Derks, Fischer, & Bos, 2008). Manstead et al. (2008, cit. in Derks et al., 2008) propôs duas dimensões de presença social, as dimensões física e social. A dimensão física refere-se ao estar-se presente fisicamente num lugar, refere-se ao estar fisicamente no mesmo lugar com outra pessoa, enquanto que a dimensão social geralmente refere-se à medida em que a presença de outra pessoa é mais saliente, podendo este aspecto remeter para a menor consciência sobre a outra pessoa, uma vez que a visibilidade é reduzida (Derks et al., 2008).

Fonte:
Derks, D., Fischer, A., & Bos, A.; The role of emotion in computer-mediated comunication: A review; Computers in Human Behavior 24 (2008), pp. 766 - 785

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Rede social apontada como RESPONSÁVEL por divórcios

Hoje fiquei perplexo ao ler uma notícia da Marketeer, a qual refere que o Facebook é responsável por 20% dos divórcios. E eu coloco a questão, será mesmo o Facebook o responsável ou serão antes as pessoas que pertencem a essa rede social? E de um ponto de vista psicológico, o que está por detrás destes divórcios que são relacionados com o Facebook? Será que as pessoas encontram nesta rede social um suporte emocional e ou mesmo social que não encontram junto da própria família, por exemplo? Acho que é importante pensarmos sobre isto.

Para quem quiser consultar a notícia é só clicar aqui.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Emotion, Reason, and Information and Communication Technologies in Education: some issues in a post-emotional society

"One student wrote, ‘I never thought that we could develop our “listening” skills while being online, but I guess we are listening with our “inner ear,” both with our minds and with our feelings’ (added emphasis). The student continues, ‘In my opinion, technology shapes/influences our cross-cultural online interaction by making us simply reflect on each other’s posted opinions by just the words we use, and not based on biases, stereotypes, misconceived perceptions, or misinterpretations due to someone’s skin color, physical appearance, gesture, or facial expressions.’"

Tirei este excerto de um artigo que fala sobre as emoções e a razão na comunicação mediada por computador que encontrei e que achei muito interessante e considero que vale a pena pensar sobre o que eles referem.
No entanto deixo aqui o link do artigo para que possam consultar caso tenham curiosidade de ler mais:
http://vrasidas.com/wp-content/uploads/2007/07/elearnvol1no1.pdf

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sir Phil Collins

Because for me life without music it wouldn't be the same, today I post one of the musics that I like the most! Enjoy it :)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Segurança nas Redes Sociais


Após ter publicado a notícia abaixo, mais uma vez vejo-me confrontado com a minha própria privacidade nas redes sociais. Até que ponto os dados por mim fornecidos estarão em segurança? Até que ponto posso sentir-me à vontade ao publicar um pouco sobre mim?

Estas são algumas das questões que muitas vezes me fazem reflectir sobre o continuar ingressado nestas redes sociais, ou até que ponto não estarei exposto de mais nas mesmas.
No entanto as conclusões a que chego sempre são que, perante estas notícias, que são acedidas por todos nós, e perante uma ideia prévia de que estas ferramentas sociais não são seguras a 100% no que respeita à utilização dos nossos dados e informações pessoais por 3ºs, que devemos ter sempre muito cuidado com aquilo que colocamos sobre nós próprios nestas mesmas ferramentas.

Ferramentas de privacidade do Facebook sob crítica

"Ferramentas de privacidade do Facebook sob crítica
(Publicado por Casa dos Bits)




As mudanças que o Facebook ontem introduziu com o objectivo de melhorar a privacidade dos utilizadores estão a gerar críticas a diversos níveis, quer pela fraca usabilidade oferecida quer pelo facto de pouco fazerem pela protecção dos dados.

Algumas organizações de defesa dos direitos e liberdades já se pronunciaram sobre estas mudanças, alegando que mascaram uma forma de levar os membros da rede social a exporem ainda mais informação pessoal online. Esta é a visão defendida pela American Civil Liberties Union (ACLU), que reconhece porém que existe algum mérito em fazer com que 350 milhões de pessoas pensarem nas questões de privacidade.

No blog da organização, Nicole Ozer, directora de politicas de tecnologia e liberdades de cidadania daquele grupo, defende que o Facebook tem ainda muito trabalho a fazer para garantir aos utilizadores maior controle sobre a sua privacidade.



A ACLU tinha vindo a pressionar o Facebook para melhorar os seus sistemas de privacidade, mas agora, face a estas mudanças, tem uma nova petição online onde pede aos responsáveis pela rede social para repensarem alguns dos novos sistemas introduzidos, assim como as aplicações fornecidas por terceiro.

A Electronic Frontier Foundation (EFF), outra organização de defesa dos direitos, junta-se ao coro de críticas que se levantaram desde ontem e defende também no seu blog que estas mudanças só fazem com que mais informação seja partilhada online. "Muitas das mudanças não são boas para a privacidade. Mas outras são más, enquanto algumas são só feias", refere Kevin Bankston, que assina o post.

A EFF avisa ainda que se os utilizadores não tiverem cuidado, as ferramentas de transição aplicadas para o novo sistema vão fazer com que os níveis de privacidade sejam reduzidos, e não melhorados.

O Facebook já andava a preparar as mudanças há vários meses, mas no início de Dezembro o fundador do site, Mark Zuckerberg, escreveu no blog uma carta aberta onde se comprometia a melhorar a privacidade



Em resposta às críticas a equipa do site já fez algumas melhorias, entre as quais se contam a melhoria da opção de visualização da Friend List. Foram também publicados vários tutoriais e um vídeo sobre como os utilizadores podem configurar o sistema que tem vindo a ser aplicado de forma incremental. "

Fonte: http://tek.sapo.pt/